
O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (30), em
primeiro turno, a inclusão do direito à acessibilidade e à mobilidade entre os
direitos individuais e coletivos expressamente previstos na Constituição (PEC 19/2014).
Aprovada de forma unânime, com 56 votos favoráveis, a PEC agora terá de passar
por três sessões de discussão para ser votada em segundo turno. Do senador Paulo Paim (PT-RS), a PEC acrescenta os dois
termos ao artigo 5º, que trata dos direitos e deveres individuais e coletivos
da Constituição.
Paim pretendia adicionar as citações ao caput do artigo, mas
uma emenda sugerida pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) e acatada pelo
relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), senador Randolfe Rodrigues
(Rede-AP), as posicionou entre os mais de 70 incisos. Essa parte do texto seria
a mais adequada para detalhar propósitos específicos, explicou o relator.
Randolfe classificou a proposta como muito importante, apontando que “a menção
expressa será mais eficaz do que a inferência implícita que se faz desses
direitos”.
A Constituição já garante a “inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. De acordo com
Paim, embora a lei e os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário
deixem implícito o direito de locomoção, não há no texto constitucional uma
menção explícita ao direito de mobilidade e acessibilidade para a realização
“de atividades corriqueiras como ir de casa ao trabalho, do trabalho para a
faculdade, de lá para hospitais e centros de lazer com agilidade e usando a
devida infraestrutura”.
O senador Flávio Arns (Rede-PR) elogiou a PEC e destacou
que uma boa mobilidade permite o acesso de pessoas com deficiência a situações
do cotidiano. Ele pediu que a construção de novas cidades ou novas estruturas
priorizem a mobilidade, que é boa “para idoso, para quem empurra um carrinho de
bebê, para quem enfrenta uma limitação momentânea” e representa um avanço na
inclusão.
Romário (Podemos-RJ) parabenizou Paim pela iniciativa e
disse que a aprovação da PEC marca um dia histórico. O senador Alvaro Dias
(Podemos-PR) também manifestou “apoio integral” à matéria. Para a senadora
Eliziane Gama (Cidadania-MA), a proposta ajuda a garantir os direitos das
pessoas com deficiência — que, segundo a senadora, chegam a cerca 24% da
população brasileira.
Sanção
tácita
A ordem do dia desta quarta-feira também marcou o início
da tramitação em Plenário da PEC que insere na Constituição a referência
expressa ao prazo como contabilizável em dias úteis para sanção tácita (PEC 48/2017).
A senadora Rose de Freitas (Podemos-ES) é a primeira signatária da proposta,
que estabelece que “decorrido o prazo de quinze dias úteis, o silêncio do
Presidente da República importará sanção”. A Carta Magna diz apenas “quinze
dias”, sem referência a dias corridos ou úteis.
Fonte: Agência Senado
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