Bancos que emprestarem recursos para estados e municípios
usando receitas de repartição de impostos como garantia terão de reservar mais
dinheiro para cobrir eventuais perdas nessas operações. A obrigação consta de
norma publicada na quinta-feira, 08, pelo Banco Central (BC). De acordo com o diretor de Regulação do BC, Otávio
Damaso, o valor que precisará ser reservado variará conforme o banco e o tipo
de operação de crédito. Ele, no entanto, estima que, para cada R$ 100
emprestados, o banco terá de reservar um capital adicional entre R$ 8,50 e R$
11.
A exigência vale para operações que tenham como garantia
repasses do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para
governos estaduais e prefeituras por meio dos Fundos de Participação dos Estados
(FPE) e dos Municípios (FPM). Nessas linhas de crédito, o que a União tem a
transferir é usado para cobrir eventuais calotes dos governos locais.
De acordo com Damaso, os empréstimos e financiamentos
nessa modalidade têm maior risco porque, caso a estimativa de arrecadação não
se confirme em momentos de crise econômica, o banco pode deixar de receber as
garantias. Segundo o BC, a decisão foi tomada por precaução porque o índice de
inadimplência nesse tipo de operação de crédito corresponde a apenas 0,01%.
Há duas semanas, a Caixa Econômica Federal suspendeu a
concessão de crédito a estados e municípios. Na ocasião, o banco informou que a
decisão ocorreu por causa do novo plano de capitalização da instituição
financeira, que estabeleceu corte de despesas e ajuste nos processos de
alocação de capital e descartou a possibilidade de a Caixa usar o socorro de R$
15 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para aumentar o
capital.
A partir de 2019, os padrões internacionais de segurança
bancária se tornarão mais rígidos para impedir que bancos quebrem, como na
crise financeira de 2008. Para cada R$ 100 que emprestar, um banco precisará
ter de R$ 10,50 a R$ 13 como patrimônio de referência para atender aos
requisitos de capital mínimo.

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