Você já brigou sobre política com um robô hoje? Milhares de conversas e discussões são travadas em redes sociais diariamente por causa de posições políticas ou de convicções ideológicas. A maior parte dos que participam desses diálogos provavelmente não sabe, no entanto, que uma parte considerável dessas interações se dá entre seres humanos e robôs, ou “bots”, como também são comumente chamados hoje.
De acordo com um estudo publicado em agosto, cerca de 10% das interações no Twitter relacionadas às eleições presidenciais de 2014 foram realizadas por contas vinculadas a robôs. Na época dos protestos contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o número chegou aos 20%. A mesma porcentagem foi observada nas interações com participação de apoiadores do senador Aécio Neves durante o segundo turno das eleições de 2014.
O levantamento é um trabalho do Diretoria de Análise de Políticas Públicas (DAPP) da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Foram analisados 2.153 perfis do Twitter suspeitos de serem totalmente automatizados ou “ciborgues” (operados por robô e humano). Sua atuação foi examinada em momentos relevantes da política nacional, como o debate das eleições presidenciais de 2014, o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2015, e as eleições municipais paulistanas, em 2016.
Partindo da realidade de que as redes sociais e a internet se tornaram plataformas de discussão e informação políticas essenciais para a sociedade atual, o estudo alerta para uma realidade em que os robôs têm conseguido influenciar opiniões pessoais e o debate como um todo. “O surgimento de contas automatizadas permitiu que estratégias de manipulação, disseminação de boatos e difamação, comumente usadas em disputas políticas, ganhassem uma dimensão ainda maior nas redes sociais”, conclui o estudo. A FGV defende que essa situação torna necessária a identificação deste tipo de conta a fim de diferenciar interações verdadeiras de falsas, especialmente às vésperas de um ano eleitoral.
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