Moradores da Favela do Mosquito, comunidade carente do bairro da Quintas, na Zona Oeste de Natal, colocaram os corpos de dois adolescentes, um de 15 e outro de 17 anos, no meio da avenida Felizardo Moura – uma das mais movimentadas da região – e fecharam o acesso à ponte de Igapó. Foi na noite desta quinta-feira (31). Motoristas que passavam pelo local ficaram assustados e tentaram voltar pela contramão, causando pânico.
Nas redes sociais, logo se espalhou o boato de que estavam acontecendo arrastões. O Bope, o Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar, foi chamado. Com a polícia no local, uma equipe do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) chegou rapidamente e recolheu os mortos.
Os corpos foram colocados na pista por volta das 20h. E, segundo os próprios moradores, foi preciso fazer isso como um protesto pela demora do Itep em ir buscar os cadáveres, que foram encontrados às 16h em uma região de mangue, às margens do Rio Potengi.
Durante toda a manhã, a PM havia feito uma operação na região contra a ação de facções criminosas. Mais de 20 pessoas, entre adultos e adolescentes, foram detidas. Contudo, segundo a corporação, não houve confrontos.
“Já tiraram de dentro do mangue, colocaram aqui na frente porque isso aí foi uma troca de tiros com a polícia. Então, é aquela coisa, eu não posso encobrir como mãe, ele tava errado. A polícia matou ele, matou o amigo dele. Só tenho a dizer que, queira ou não, eles são humanos, são gente também, não são cachorros”, desabafou a mãe de José Ricardo Vitor Hugo, de 17 anos, uma das vítimas.
O outro corpo colocado na pista foi o de Marcelo da Silva Pereira, de 15 anos.
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