
O Ministério da Educação (MEC) pediu de volta o plano
para reformular a carreira do professor que já estava em fase de discussão no
Conselho Nacional de Educação (CNE). O projeto, chamado de Base Nacional Comum para
Formação de Professores da Educação Básica, tinha sido
apresentado em dezembro do ano passado nos últimos dias do governo de Michel Temer. Já havia inclusive reuniões marcadas com especialistas em
formação dos professores que iriam no mês que vem ao CNE para mostrar pesquisas
sobre o tema.
A Base para formação previa, entre outras
coisas, que os futuros professores tivessem, desde o primeiro semestre da
faculdade, atividades práticas em escolas. Esse é considerado por especialistas
um dos principiais problemas da carreira docente no Brasil. O projeto também estabelecia que os professores fizessem
uma prova de habilitação para docência ao final do curso, experiência que tem
tido êxito em vários países para selecionar os melhores profissionais para a
carreira. O trâmite esperado seria o de CNE discutir o projeto, que
depois deveria voltar ao MEC apenas para homologação.
Especialistas em educação ficaram surpresos ao saber da
notícia, dada informalmente por conselheiros do CNE durante o seminário
internacional Educação Já, realizado ontem e hoje pelo movimento Todos pela
Educação. “É natural que o novo governo queira entender melhor o
projeto, mas me preocupa muito porque nós já estamos muito atrasados em
políticas docentes em relação a outros países”, diz a diretora do Centro de
Excelência e Inovação da FGV e ex-diretora do Banco Mundial Claudia Costin. Para
a consultora em educação Mariza Abreu, o problema é que não se sabe agora
quanto tempo vai demorar para se fazer uma nova política de formação docente,
que é urgente.
Procurado, o MEC ainda não informou a razão de ter pedido
de volta o documento. A secretária de educação Básica do MEC, Tânia Leme de
Almeida, esteve no evento pela manhã, mas não falou com a imprensa. O Educação Já reuniu os principais atores da área no
Brasil para indicar as prioridades das políticas públicas. Entre elas, está
justamente a formação docente.
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